quinta-feira, 24 de julho de 2014

24/07/14 - 9º dia sóbrio

Bem, como agora são 2:20h vou começar esse post no dia real dele. Ainda não consegui dormir desde que cheguei da reunião. A angústia com as palavras que ouvi não me deixam pregar os olhos. Acho que falta eu realmente entender o que está acontecendo de fato. Está se materializando a real condição na qual estou sendo colocado e empurrada goela abaixo: minha mulher não me quer mais. Covardia! Medo de pagar pra ver e enxergar que eu realmente consegui. Afinal, é mais fácil da forma que ela escolheu para viver. Ao saber da possibilidade de que eu consiga um emprego fora da nossa cidade, ela me mandou imediatamente ir em frente. Será bem mais fácil assim. Estou confuso demais agora e não consigo mais escrever. Minha angústia não me deixa raciocinar por enquanto.

Agora são 10:55h. Depois de uma madrugada tenebrosa e com cochilos de 15 minutos, cheguei aqui e em mais um dia sem álcool. Uma pessoa me levou a refletir sobre uma coisas em relação a minha atual situação e cheguei à conclusão que devo mudar minha forma de colocar as coisas e de como estou enxergando tudo isso que está acontecendo. É fato que meu discernimento e meu julgamento estão totalmente míopes neste momento. Estou com minhas idéias totalmente desorganizadas e com isso, talvez esteja repassando uma imagem distorcida em relação a minha mulher.  O maior fato é que tudo isso acontece agora tão somente por um motivo: álcool. Ninguém tem de ser responsabilizado pelo que estou passando, a não ser eu mesmo. Ponto! Sei que da forma como me expresso, torno ela a maior filha da puta da estória, o que eu estaria sendo, no mínimo, injusto por tudo que passamos juntos. Infelizmente, pela desorientação que passo devido a todos os fatores somados, termino não expressando de maneira correta qual a ótica que devo enxergar dessa situação. Me surgiram algumas perguntas, as quais respondí a mim mesmo:

A minha vida está assim porque todo mundo me odeia ou porque eu permiti que chegasse a esse ponto?
R: Muito embora alguns me odeiem estou assim por conta de uma condição a qual e não queria reconhecer que eu tinha dentro de mim, mas que hoje reconheço e a tenho como controlada.

Eu preciso fazer tudo o que estou fazendo agora? Pra que? Pra quem?
R: Sim, preciso. Por mim, para que não me maltrate e machuque e nem faça o mesmo com quem me ama nunca mais.
Quem deve pagar pelas consequências das minhas decisões de vida?
R: Eu

Qual é o caráter dessa mulher que me deixou? Ela só estava comigo por dinheiro? Que benefícios eu tive nessa relação?
R: Caráter de uma pessoa que me ama e que só me quer bem; não, apenas tenho a minha opinião de que nessa sociedade valemos o que temos no bolso, mas depois explico melhor meu posicionamento e algumas pessoas com as quais conversei neste dias concordam com meu posicionamento; posso dizer que ao colocar na balança ganhei infinitamente mais do que perdi e estou apostando que ela possa continuar para sempre.


Agora são 14:40h. Estou suando demais e com meu corpo gelado. Isso é natural à medida em que os dias vão passando. Pelo menos nesse primeiro momento.

São 17:50h e sinto um misto de calor e inquietação agora. Saí e fui comprar pão porque não aguentava mais ficar aqui dentro. No caminho de ida e volta à padaria, vários bares e pessoas passando na rua tomando sua cervejinha. Me surpreendí porque mesmo vendo aquilo, não senti aquele desejo de beber como eles. Acho isso muito bom e é um sinal que a minha mudança realmente ocorreu de dentro pra fora.

São 22:44h. Fico pensando umas coisas aqui, enquanto tomo uma caneca de café. Coisas como dormir sozinho, acordar do  mesmo jeito e fazer absolutamente só. Tinha MUITO tempo que não tinha minha vida dessa maneira. Exatamente 22 anos e quatro meses. A sensação de vazio é estranha. Infelizmente, não posso reclamar, pois as vezes nas quais fiquei sozinho foram por culpa exclusivamente minha. Acontece e isso tudo passa em minha mente buscando um entendimento maior de tudo para que fique bem claro que a responsabilidade de meus atos é sempre minha e só minha. Portanto, a hora é de aprender com isso. O que tem me alegrado bastante é o fato de não estar sentindo a necessidade do álcool nesses momentos. Antes, fatalmente já estaria bêbado há muitos dias. Outra coisa que devo me policiar me esforçar para não ser intruso na vida das pessoas. Por vezes me pego fazendo perguntas como se as pessoas fossem me responder. Isso tem acontecido em minhas conversas com minha mulher. Não é mais assim, infelizmente e pelo menos por enquanto.

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