Mais uma noite escrota e levantei por volta de 9:30h de hoje. Não gosto de dormir até tarde assim em dias de semana mesmo estando sem trabalhar. Como ela me pediu que a chamasse 5:00h liguei e ela havia piorado da dor na barriga. Me pediu que ligasse novamente 6:00h, o que eu fiz. Como ela ainda estava ruim, sugeri que ela ficasse em casa hoje tentando se recuperar da dor.
Está acontecendo um fato estranho comigo. Desde sábado tenho observado qeu minhas mão voltaram a tremer. Fiquei até mesmo um pouco assustado como eu estava. Era visível. Vou conversar com o pessoal na reunião como isso é tratado dentro do nosso organismo.
Seguindo um conselho muito bacana que me deram (obrigado!), vou citar alguns "causos" que ou ocorreram comigo ou já vivenciei situação semelhante nessa vida de cachaceiro que eu vivia. Lá vai!
Pensei antes do primeiro gole.
TIPOS DE BÊBADO
Seguindo um conselho muito bacana que me deram (obrigado!), vou citar alguns "causos" que ou ocorreram comigo ou já vivenciei situação semelhante nessa vida de cachaceiro que eu vivia. Lá vai!
Ontem foi domingo e me droguei muito!
Comecei por volta das 13h e só fui
parar depois das 22h. Éramos uns poucos amigos e amigas, casais amigos, e quase
todos se drogaram também. Uns mais e outros menos. Petiscamos durante o dia e
só no final da festa é que resolvemos comer algo mais consistente. Sorrimos
muito e também tivemos momentos de conversa séria. Eu, por exemplo, quando me
drogo, tenho momentos de euforia e de silêncio. Passo horas ouvindo as pessoas
e outras horas com o olhar perdido. Depois, peço desculpas e retorno à euforia
e boas risadas.
Um desses meus amigos gosta muito de
misturar e reclama que não está sentindo nada, embora todos os demais percebam
seu visível estado de euforia. Outro amigo tem sempre um copo de água ao lado,
mas poucas vezes bebe a água. Outro tem o ciclo bem rápido e em poucas horas
passa da sobriedade para a euforia, silêncio e sono; depois, quando os demais
ainda estão na fase da euforia, ele já está completamente recuperado e começa
do zero. Outro não come nada e justifica que se comer não consegue continuar se
drogando e sente muito sono. Outro, ao contrário, tem sempre um prato de
petiscos ao lado e justifica que não consegue se drogar sem comer. Outro,
talvez só eu saiba disso, provoca vômito cada vez que vai ao sanitário para
continuar se drogando e parecer sóbrio.
Drogas são drogas e ponto final. Todas
elas alteram nossa percepção sensorial e, em consequência, a forma de ver o
mundo. Esta relação das drogas com cada pessoa é única. Drogas é uma coisa e o
efeito delas é algo absolutamente pessoal. Busca-se, portanto, algo entre a
pessoa e a droga. Este algo é único e individual e reflete exatamente a
história da pessoa com os efeitos da droga. Então, como cada um tem sua própria
história, a relação dessa história com a droga também será uma história própria.
Por causa disso, uns usam drogas apenas uma vez e não gostam, outros conseguem
usar por muitos anos e não se tornam dependentes e outros não conseguem mais
parar de usar depois da primeira experiência, tornando-se um usuário
dependente.
Independentemente do caráter de legal
ou ilegal, lícita ou ilícita, todas as drogas são drogas e estabelecem as
mesmas relações com o usuário, pois não sabem se são permitidas ou não. Assim,
o uso do tabaco pode causar um profundo bem estar ao fumante, embora possa causar
inúmeros tipos de câncer. Da mesma forma, o álcool pode oferecer alegria e
euforia e, ao mesmo tempo, causar uma infinidade de problemas à saúde de quem
ingere álcool. Adentrando às drogas consideradas ilícitas, a cocaína pode
causar sensação de autoconfiança e poder, mas pode também comprometer a saúde
de quem cheira ou injeta. Também a maconha pode relaxar e proporcionar viagens
leves e lentas, mas também pode causar mal à saúde de quem fuma. O ponto comum
é que todas as drogas podem causar a dependência e se tornar um problema para o
usuário, seus familiares e comunidade. No fim, o problema a ser enfrentado e
discutido é por que alguns usuários se tornam dependentes e problemáticos e
outros não. Sendo assim, como jamais conseguiremos acabar com as substâncias
que alteram nossa percepção sensorial, interessa muito mais entender a mente
humana, as tragédias pessoais e a desigualdade social do que proibir e
criminalizar as drogas.
Pensando assim, fico a me perguntar,
qual o fundamento jurídico, legal, histórico, filosófico, moral, religioso ou
de qualquer outra natureza para considerar marginais e bandidos pessoas que
usam algum tipo de droga? E mais, também me pergunto, por que as drogas
fabricadas pela indústria capitalista, a exemplo do tabaco, álcool, ansiolíticos
e antidepressivos, são consideradas lícitas e, inexplicavelmente, as drogas que
não passam pela indústria capitalista são consideradas ilícitas, a exemplo da
maconha e cocaína? Será, por fim, que o detalhe em comum seja exatamente este:
a indústria capitalista?
Voltando ao começo, ontem fiz um
churrasquinho em casa e convidei os amigos para matar a saudade, jogar conversa
fora, comentar os jogos da Copa no Brasil e as consequências na campanha
política, lembrar das aventuras passadas, dos tempos difíceis, empanturrar de
carnes e, principalmente, tomar muitas cervejas. Abasteci o freezer com algumas
caixas de cerveja, preparei costelinhas de porco e carneiro com toque final de
alecrim; coração de frango, coxinhas da asa de frango, costela de boi ao forno
com papel alumínio, calabresa mista apimentada (uma delícia!) e, como não
poderia deixar de ser, saborosas picanhas com dois dedinhos de gordura. Na
manhã seguinte, como sou de carne e osso, tinha as mãos trêmulas, boca seca,
dificuldade de raciocinar e uma sede insaciável, ou seja, estava de ressaca.
Sei, por fim, que no mesmo domingo
milhões de pessoas fizeram a mesma coisa e outros milhões usaram drogas
consideradas ilícitas. Muitos, como eu, trabalharam normalmente no dia
seguinte e outros, não tenho dúvidas, por conta exatamente de sua relação com
as drogas, continuaram usando abusivamente e causando problemas à sua família e
comunidade.
No mais, é muito provável que muitos
policiais militares, que poderiam estar presentes em algum churrasco e provavelmente
também de ressaca, resultado das cervejinhas do domingo, irão prender em
flagrante jovens pobres, negros, periféricos e excluídos com pequenas porções
de maconha ou crack, conduzindo-os a algum delegado, também de ressaca, que irá
indiciá-lo, mais pela cor da pele e condição social, como traficante de drogas.
Em seguida, algum representante do Ministério Público, também
participante do churrasquinho do domingo, irá representar pela prisão
preventiva com fundamento puro e simples na “garantia da ordem pública”e,
por fim, seu destino será escrito indelevelmente como acusado por tráfico de
drogas quando as mãos trêmulas e boca sedenta de algum juiz de direito lhe
decretar a prisão preventiva e lhe esquecer na prisão.
Domingo que vem tem mais churrasco com
os amigos, muita cerveja e ressaca na segunda-feira, mas também terá muita
galera fumando maconha, cheirando cocaína e fumando pedras de crack. A
diferença é que uns, por conta da droga usada, cor da pele e condição social,
serão presos e condenados e outros, enquanto cidadãos respeitáveis, tomarão um
engov ou epocler e assinarão mandados de prisão.
Texto originalmente
publicado em http://www.gerivaldoneiva.com/.
Pensei antes do primeiro gole.
TIPOS DE BÊBADO
Resolvi colocar alguns exemplos de tipos de bêbados para que você se identifique com aquele no qual o álcool faz você se transformar. Com pelo menos um deles você vai se identificar e verá como os outros lhe enxergam quando você está bêbado. Reflita!
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